sábado, 5 de janeiro de 2013

Jerusalém, a Terra Santa

Cinco de janeiro. Jerusalém amanheceu muito frio. Provavelmente fazia cerca de 10 graus. Eu estava apenas com uma camiseta, um casaco fino e calça jeans. Tenho que dizer que sofri. E como sofri.

Começamos o dia com uma visita ao Monte das Oliveiras. Lá, cada um ganhou um pequeno cálice feito da madeira da oliveira e nos foi servido vinho. O nosso guia leu o salmo 122 em hebraico e um membro do grupo leu em português. Após, bebemos o vinho. Segundo o guia, essa é a forma que todos são recebidos no Monte.
Percorremos todo o monte. Lá de cima podemos ver a Casa de Deus (sabe onde Jesus expulsou os mercadores por estarem insultando a casa de Deus? Então, é lá). No Monte também há um cemitério judeu. Hoje apenas pessoas importantes, como rabinos são enterrados por lá. O curioso é que todos são sepultados com os pés virados para o Templo de Salamão. Segundo a tradição judaica, quando o messias chegar, os mortos ressuscitaram  em corpo e alma e levantaram em direção ao templo.

Porém, depois de tantas guerras, cruzadas, conflitos e etc, o tempo passou em mãos de diversas religiões. Atualmente o lugar é uma mesquita. Os muçulmanos fizeram uma coisa bem “legal”, fecharam a porta do templo. Ou seja, assim o Messias não poderia entrar. Eles também fizeram um cemitério na frente, sendo assim, o lugar deixou de ser santo. Bom, essa é a versão judia que me foi contada.
Ainda no Monte das Oliveiras podemos ver o local onde Judas traiu Jesus. Vimos um sarcófago onde diversos reis foram enterrados e visitamos uma igreja, onde Jesus Cristo chorou. Mias abaixo há outra igreja, onde foi que Jesus se lamentou, dizendo que não aguentava mais o fardo que lhe foi passado.
Durante o resto da manhã visitamos o túmulo do Rei David e também o local onde foi celebrada a última ceia. Uma pequena parada para o almoço e mais histórias de Jerusalém.
Pela tarde fomos para a Jerusalém Antiga. Lá há uma mistura de árabes, judeus, muçulmanos, cristões e outras culturas. Passeamos pelo local, que foi destruído durante muitas guerras e depois reconstruído. Nos pediram para andar juntos porque lá dentro é muito fácil se perder. E realmente. São muitas ruelas, becos e gente para todo o lado. Uma outra orientação também foi para ter cuidado com furtos. Há muitos batedores de carteira por lá.
Por Jerusalém Antigo, conseguimos caminhar por toda a via dolorosa, o caminho que Jesus fez carregando a cruz até ser crucificado, morto e sepultado. Antes disso fomos até o muro das lamentações. Coloquei meu papelzinho lá e fiz meus pedidos. La, dizem, é o local mais perto de Deus que alguém pode ir. O muro é dividido, uma parte para homens e outra para mulheres. Homens, apenas com a cabeça coberta. Lá há sinagogas. Foi interessante essa visita porque um grupo de judeus estava lendo a Torá. Eles fazem de uma maneira muito bacana. Os escritos ainda em pergaminhos e os homens vão se revezando na leitura. Nos foi explicado que uma vez por dia eles retiraram a Torá do local em que está guardada e começam a ler. Os trechos são lidos de forma que toda a Torá é lida no período de um ano.
Mesmo não sendo religioso, até mesmo ateu, Jerusalém Antigo é impressionante. É história pura, pura, pura. Passamos onde Jesus caiu a primeira vez, onde Maria limpou o seu rosto, onde foi ajudado por uma mulher, onde colocou a mão e tem a marca até e obviamente onde foi crucificado. São 15 pontos.
O local de crucificação realmente me decepcionou um pouco. Digo porque nessa parte eu era leigo, e imaginava que o monte ainda estaria a céu aberto e tal. Porém, aqui descobrirmos que em trezentos e tantos depois de Cristo, a mãe do Rei Constatino mandou erguer um templo no local. Fizeram um altar onde Jesus foi crucificado. Nesse templo também estão a pedra em que ele foi colocado depois de morto e enrolado naquele pano que tem suas feições, e a sepultura dele. Ela está vazia, é escura e muito pequena. O interessante é que o local atualmente é administrado por muçulmanos.
 Depois disso fomos fazer compras na parte árabe do mercado. Eu realmente me senti um barganhador. Tudo aqui é na base da pechincha. Certas coisas comprei por 10% do valor que o vendedor sugeriu.
Outras curiosidades que vimos hoje em Jerusalém, não necessariamente nessa ordem, foi a Igreja da Ascensão (onde Jesus subiu aos céus), a sepultura de Maria (chamam assim, mas não é uma sepultura. Dizem que ela subiu as céus juntos com Jesus e que naquele local ela foi para os céus. Porém, existem outros dois lugares em que dizem que isso aconteceu. Um também em Israel e outro na Turquia).  Também vimos a espécie de árvore cujos os espinhos foram usados para fazer a coroa de Jesus. Cara, que espinhos grandes. Só de olhar já dá para sentir dor.
Aqui em Israel é comum vermos homens armados e jovens carregando fuzis. Já sabia disso, mas hoje eu pude ver pela primeira vez. Aqui, seguranças não usam uniformes. Andam a paisana e portam suas armas. Já os homens do exército, em sua maioria meninos, são obrigados a levar os fuzis para casa. Ou seja, viu um homem com a arma exposta então está ok. Agora se ele está escondendo então é problema.
Finalmente minha mala chegou. Pude colocar uma roupa limpa. E nossa, hoje eu sofri com o frio. Aqui está entrando o inverno e por volta das 16h já começa a escurecer. Ficamos na rua até às 19h. E o frio veio forte novamente. Amanhã vou usar os meus três casacos.

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