A embarcação tinha uma bandeira do Brasil e pediu para que
todos ficassem de pé. Eles também tinham um cd com o hino brasileiro e em
seguida foi tocado o de Israel. O passeio foi muito bacana. Um vento frio
batendo por todos os lados. Todas as rupas possíveis estavam no corpo.
Durante o passeio foi um pouco difícil porque era o tipo de
programa que meu pai adoraria fazer. Senti uma saudade enorme dele, fiquei
triste, mas rapidinho me recuperei. Essa viagem foi o último presente que ele
me deu e gostaria que eu aproveitasse cada segundo com alegria. Prometi para
mim mesmo que faria isso e estou cumprindo.
Depois desse passeio, que durou aproximadamente 30 minutos,
fomos em um museu. Mas não vimos nada. Lá é exposto um barco que foi encontrado
há uns 20 anos. Esse barco é da época de Jesus, mas ninguém pode afirmar que
Cristo navegou por ele. Os mais crentes dizem que a possibilidade é enorme
porque naquela época quase não existiam barcos, mas enfim, é apenas
especulação. O guia nos explicou a história, mas a galera que havia assistido o
Globo Repórter já sabia de tudo. Não entramos no local que o barco está porque
era pago, não estava no programa, vai entender.
Próxima parada foi interessante. Fomos até um cemitério onde
está enterrado um russo que seria um líder na região norte do país. Ele veio pra
cá, organizou os judeus e recuperou as terras. Desse cemitério era possível ter
uma vista das Colinas de Golan, da fronteira com a Síria e também da neve.
Um pouco mais adiante fomos em uma fronteira muito mais
legal. Eu batizei de Tríplice Fronteira da “Amizade”. Nessa região simplesmente
se encontram Israel, Líbano e Síria. Nesses momentos sim eu me senti em um
clima de terror, de alguma ameaça real. Em algumas casas árabes havia bandeiras
amarelas penduradas. Para um desavisado isso não quer dizer nada, mas para mim,
que sou estudado, inteligente e ouvi as informações do guia, queria dizer que
naquelas casas moravam membros o Hezbollah. O lugar é lindo, mas é um perigo
só.
Na sequência uma forma de almoço imaginário em um
restaurante árabe. Os caras colocam a entrada, deram um espetinho de frango e
depois já serviram o café. Alguém teve que falar para eles que o esquema não é
bem assim. Outra rodada de frango teve que ser servida quase que a força.
Todos de barriga cheia, voltamos para o ônibus e estrada.
Rumo às Colinas de Golan. Pena que não era só a gente que estava indo para lá,
mas Israel inteiro. Esse início de ano teve recorde de neve aqui no país. Em
Jerusalém chegou a ter 20 cm de neve.
Pegamos um engarrafamento enorme e dobramos o tempo na
estrada. Você que reclama do trânsito no Brasil precisa ver os engarrafamentos
daqui. É carro pra tudo que é lado, gente fazendo manobra, e mais, quando alguém
queria sair do carro pra brincar na neve, ir em uma lanchonete, simplesmente
larga ele no meio da estrada e vai. Rolou vontade de matar alguém.
No meio do caminho o Mestre Kobi mandou o motorista para o ônibus
e gritou: “dez minutos para tirar fotos na neve”. Esperto que é, desceu
primeiro e jogou uma bola de neve em cada um. Imagina só, 40 brasileiros
fazendo guerra de neve no meio de uma estrada no interior de Israel. E assim
foi feito. Muito bacana ver a neve, andar nela, ficar todo sujo e jogar uma
bola na cara de alguém. Foi uma delícia de diversão. Já sou criança às vezes,
agora eu assinei um atestado.
Chegamos no ponto das Colinas de Golan que queríamos. Lá era
um ponto de observação do Exército Israelense para a Síria. Mas agora não é
mais necessário porque os soldados foram trocados por tecnologia. Lá tem um
posto com diversas placas e direções. Cada um apontando para uma cidade.
Damasco, capital da Síria, fica há apenas 60km de onde estávamos.
Como não podia deixar de ser, Mestre Kobi deu um treino na
neve. Treinamos só 15 minutos com o bastão, mas foi o suficiente para sermos o
centro das atenções. Entrei para a história, fiz parte do primeiro grupo de
alunas da Federação Sul Americana de Krav Maga que treinou na neve.
Caiu a noite e com ela pegamos o caminho da roça. Fizemos
uma parada rápida no hotel, arrumamos as malas para deixar tudo pronto, já que
mudaríamos de hotel na manhã seguinte e fomos para rua. Fomos assistir a um
show de luzes no Mar da Galileia, mas o show não rolou. Choveu tanto que o
equipamento para o show ficou submerso a dois metros. Ficamos por ali mesmo,
jantamos e voltamos para o hotel.
Amanhã é dia de ir à Nazareth e depois Tel Aviv. É o último
dia útil da viagem em Israel. Vamos que vamos.
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